quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Resenha: Não Sou Uma Dessas

Resenha: Não Sou Uma Dessas, de Lena Dunham
Agosto de 2015

Ainda não assisti Girls, estrelado, escrito e dirigido por Lena Dunham, mas vi Tiny Furniture no ano passado, e vi aquilo como um tipo de exercício para alguém que sonhava e planejava virar cineasta, o que para mim era a verdade. Considerei-o uma primeira tentativa muito válida. Morna, desinteressante por vezes, mas que tinha todo o direito de estar ali, e de ser daquela forma, uma vez que era algo de fato experimental, realizado por alguém ainda muito jovem. Um trabalho absolutamente válido. Preciso agora conferir Girls.

Acho o mesmo desse primeiro livro de Lena, um experimento despretensioso, corajoso e muito honesto. Algo que parece ser da natureza dela. Expor-se atuando ou escrevendo parece ser para ela uma necessidade, um modo de vida, algo que não poderia deixar de ser da forma que é. Portanto vou abster-me de tentar analisar esta obra de maneira estritamente literária, e séria, e vou apenas dar a Lena Dunham os parabéns pela coragem, pela ousadia que talvez lhe seja algo natural, pelo dom de se mostrar tão humana quanto qualquer outra garota da sua idade. Quanto daquilo não foi parecido com a minha própria história? Quantas vezes eu me emocionei, lendo e me lembrando de detalhes da minha própria vida? Por quantas vezes eu tive vontade de dizer "vem cá Lena, me dá um abraço, você me compreende"? Por isso não analisei e avaliei o livro como quem analisaria e avaliaria uma obra de, sei lá, Virginia Woolf, mas como uma expressão, que não deixa de ser arte, de alguém que é, como eu e como você, humana. Humana, corajosa, dona de talentos, alguém que eu espero muito que não pare de escrever e de se expor por aqui. Porque a mim, Lena Dunham, você diverte com seu bom humor extremamente particular, emociona, cativa, e ainda que em um momento ou outro eu tenha achado que o ritmo de sua escrita por vezes começa a ficar um tanto cansativo e entorpecente, seu primeiro livro volta a me tocar e emocionar, a trazer você um pouco mais para perto de mim. E como é bom descobrir que não estamos sozinhos, que alguém lá do outro lado sente os mesmos medos, angústias, pensa sobre as mesmas coisas, passa por situações que não diferem tanto das suas, alguém como você, no fim das contas. Continue, Lena. Continue. Só lhe desejo crescimento e cada vez mais sucesso.
 

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