quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Me tira essa dor...

A gente muitas vezes acredita que é forte, que vai dar conta de tudo e, de preferência, sozinha, que a gente leva um tombinho aqui outro ali mas que vai se reerguer sempre e tudo vai ficar bem, mas por tantas vezes, quando a madrugada chega, tudo o que a gente quer é um abraço sincero e bem apertado, é saber que pode realmente contar com alguém ali e que tudo vai, sim, ficar bem. Ainda me lembro daquele difícil ano de 2015, morando em BH, namorando um belo negro equatoriano (por que essa minha tendência tão forte a me ligar com estrangeiros de todas as partes do mundo?!), falando ao celular, de frente pra ele à mesa de um café, e era tanto problema junto, e problemas de todas as ordens, que as lágrimas começaram simplesmente a escorrer pelo meu rosto sem a minha permissão, e eu continuava falando, com um olhar perdido, e quando eu olhei pra ele, ele simplesmente me olhava com a xícara parada no ar e um misto de surpresa e compaixão tão grande como eu nunca tinha visto nos olhos de ninguém antes. Ele veio até mim, tirou o celular das minhas mãos e me abraçou bem forte. E então eu desabei. E tudo o que eu conseguia dizer era "me tira essa dor... me tira essa dor... me tira essa dor..." Ah, moreno querido... I know, and you know: "you met me at a very strange time in my life"... Espero que hoje estejas bem onde estiveres. E hoje, aqui, agora, tudo o que eu precisava era de um abraço bem forte como aquele que você me deu... e de poder dizer a alguém: me tira essa dor... me tira essa dor... me tira essa dor...


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